Ceticismo versus cosmopolitismo: uma análise das perspectivas de Robert Dahl e de David Held sobre o sentido da democracia no contexto da globalização
DOI:
https://doi.org/10.37467/gka-revhuman.v4.758Palavras-chave:
ceticismo, cosmopolitismo, democracia, organizações internacionais, globalizaçãoResumo
O propósito deste artigo é comparar duas perspectivas analíticas que interpretaram as possibilidades de democra-tização das organizações internacionais (OIGs) nos anos 1990 e 2000. A primeira dessas perspectivas é sustentada por autores como Robert Dahl e Philippe Schmitter que consideram improvável a realização da democracia fora do espaço dos Estados nacionais. Eles seriam “céticos”, para empregar o termo utilizado por Dahl para se referir à sua perspectiva. De outro lado, David Held sustentou uma interpretação mais otimista ao defender que a natureza da democracia contemporâ-nea sofreu alterações resultantes do processo de globalização econômica. Por essa razão, Held considerou possível tanto a democratização das OIGs como o desenvolvimento de uma “cidadania cosmopolita”, situada acima dos limites dos Estados. Para desenvolver o contraponto entre estas duas perspectivas, este artigo realizará uma revisão bibliográfica da produção dos dois autores e estará dividido em duas seções principais. A primeira delas examinará a perspectiva “cética” de Robert Dahl com relação à possibilidade de democratização das organizações internacionais. A segunda seção examinará a pers-pectiva cosmopolita de David Held. Nas considerações finais, o artigo identificará os elementos de reflexão gerados pelas duas perspectivas a respeito do sentido da democracia no contexto da globalização.
Referências
Banco Mundial. (2012). Citizen-Driven Accountability for Sustainable Development. Giving Affected People a Greater Voice – 20 Years On. Junho de 2012. Disponível em: ewebapps.worldbank.org/apps/IP/IPPublications. Acesso em: 04/06/2014.
Banco Mundial. (2013). Annual Report – The Inspection Panel – 2012-2013. Disponível em: ewebapps.worldbank.org/apps/IP/IPPublications. Acesso em: 04/06/2014.
Dahl, R. (1994). A Democratic Dilemma: System Effectiveness versus Citizen Participation. Political Science Quarterly , 109 , 23-34.
Dahl, R. (1999). Can International Organizations be Democratic? A Skeptic’s View. Em I. Shapiro e C. Hacker- Cordón (Ed.), Democracy’s Edges. Cambridge: Cambridge University Press.
Grant, R. W. e Keohane, R. (2005). Accountability and Abuses of Power in World Politics. The American Political Science Review , 99 (1), 29-43.
Held, D. (1991). A democracia, o Estado-nação e o sistema global. Lua Nova , 23 , 145-194.
Held, D. (2005). Democratic Accountability and Political Effectiveness from a Cosmopolitan Perspective. Em D. Held e M. Koenig-Archibugi (Ed.), Global Governance and Public Accountability. Blackwell Publishing.
Keohane, R. O. e Nye, J. S. (2001). Power and Interdependence . New York: Longman.
Martins, L. (1999). Novas dimensões da “Segurança Internacional”. Em G. Dupas, T. Vigevani (Ed.), O Brasil e as novas dimensões da segurança internacional . São Paulo: Editora Alfa-Omega/FAPESP.
Moravscik, A. (2004). Is There a “Democratic Deficit” in World Politics? A framework for Analysis. Government and Opposition – An International Journal of Comparative Politics, 39 (2), 336-363.
O’Donnell, G. (1998). Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, 44 , 27-54.
Pereira, A. E. (2014). Políticas públicas e democracia. Em T. I. Cianciarullo, I. Panhoca, L. M. de M. Bonini (Ed.), Políticas Públicas: Estudos e casos. São Paulo: Editora Ícone.
Rosenau, J. (1992). Citizenship in a Changing Global Order. Em J. Rosenau, E.-O. Czempiel (Ed.), Governance Without Government: Order and Change in World Politics. Cambridge: Cambridge University Press.
União Europeia. (2014). Tratados da UE . Disponível em: http://europa.eu/eu-law/decisionmaking/treaties/index_pt.htm; Acesso em 12/07/2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores/as terão os direitos morais do trabalho e cederão para a revista os direitos comerciais.
- Um ano após a sua publicação, a versão do editor estará em acesso aberto no site da editora, mas a revista manterá o copyright da obra.
- No caso dos autores desejarem asignar uma licença aberta Creative Commons (CC), poderão a solicitar escrevendo a publishing@eagora.org.